Uma coisa incrível aconteceu comigo ontem.
Não sei bem se será incrível a outros olhos que não os meus, mas lhes digo que jamais esquecerei o que senti naquele momento e o olhar que troquei com a mãe que irei relatar aqui.
A equipe do laboratório de pesquisa de que faço parte saiu para os confins do campus da UNIFOR para lanchar em uma das quitandas mais escondidas: é tempo de férias, o campus está vazio, e queríamos a desculpa de caminhar um pouco mais para que o lanche também consumisse um pouco mais de tempo.
Para quem não o sabe, o campus da UNIFOR é lindo, cheio de verde, árvores e ocasionalmente algum animal menos doméstico: como “soim” [mais conhecido fora do nordeste como Sagüi], iguana, etc.
Estávamos todos conversando quando um de nós apontou: olha, um soim! Não demora muito, outro da mesa fala: olha outro!
E outro!
E outro!
Está cheio!
Dentro de poucos segundos tinham em torno de quinze macaquinhos na árvore, todos gritando muito e se comportando de forma apreensiva.
Foi quando olhamos para o chão e percebemos a causa: um macaquinho bebê havia caído no chão.
Todos os macacos da árvore queriam pegar o macaquinho mas o ambiente estava cercado de gente – além dos sete do meu grupo, havia um grupo grande de pedreiros de uma das mega-construções da Unifor – então eles não estavam certos de como se comportar e de como recuperar o bebê.
Me levantei da mesa num pulo assim que o vi no chão.
Segurei-o com cuidado em minha mão e levei-o rápido para o caule da árvore – não queria que meu cheiro ficasse no bebê. Sua mãe o esperava lá.
Ele ainda era muito novinho para se segurar, mas coloquei-o de uma forma em que o seu peso o mantivesse junto à árvore e continuei por perto com as mãos no ar em forma de concha para o caso de ele não conseguir se segurar por muito tempo.
Isso tudo se passou em segundos.
E a mãe dele me olhava atentamente para defendê-lo ante o primeiro sinal de perigo da vida do seu pequeno.
Mas não foi preciso esperar muito, assim que o coloquei na árvore, e tirei a mão de cima dele, ela, me olhando nos olhos, andou em direção ao macaquinho e o agarrou em um abraço apertado.
Com ele grudado em seu corpo, saiu. Mas não sem antes olhar de novo para mim.
O grupo de quinze macacos observou tudo, e à medida que a cena se passava, eles iam diminuindo seus gritos.
E foram-se embora, os quinze com a mãe e seu bebê.
E eu fiquei junto à árvore ainda alguns segundos, embevecida com tamanha cumplicidade e união.
Acho que não há forma melhor de testemunhar amor, do que aqueles que lutam por você quando você não pode lutar por si.
Tuesday, July 17, 2007
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6 comments:
Estou com inveja! Foi lindo!!! :)
Ainda estou besta com a Pitanga...
Pitanga estva sendo uma cachorrona.
N�o queria ir hj tb, mas estava pensando nos outros... prefeira comer pastel, mesmo contigo de cara-feia :)
eu tb quero segurar um bebê soim
JB
eu tb quero segurar um bebê soim
JB
eu tb quero segurar um bebê soim
JB
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