Saturday, September 09, 2006


[imagem]

As estudo há mais de dois anos. Sou com-ple-ta-men-te apaixonada por elas. Pelo reconhecimento popular que elas merecidamente conquistaram. E não valem só por mil palavras, mas por infinitas. Na verdade, elas não cabem nas palavras. A prisão lingüística não as engloba. A língua não é capaz de envolver sua dimensão. Pode até tentar, mas não é capaz de cruzar a linha que as separa em complexidade.

E olha que você não verá esta mulher aqui falando sobre as imagináveis fraquezas da palavra com muita freqüência. Até porque, elas são meu verdadeiro oxigênio.

Mas, sejamos justos

(parênteses

e cá entre nós, desde quando amar tem a ver com perfeição? queridos, queridos, são nossas falhas que nos constituem. elas nos formam e nos transformam em indivíduos. quer saber porque amo a vida? bem, há sete anos, numa noite de inverno mais fria que se tinha em michigan desde trinta anos, o windchill [vento] estava de menos trinta e era in.su.por.tá.vel. neste minuto, em fortaleza, ce, ano de 2006, uma brisa acabou de me entrar pela janela e foi uma sensação de.li.ci.o.sa. está vendo? é isso que amo. são muitos os significados, são muitas as sensações, e, oba oba, são muitas as mudanças. o vento que me é ruim um dia, tenha certeza, me será bom amanhã. até porque, queridos, auto-ajuda à parte - porque ou todos acabamos enventualmente sendo experts nisso ou nos amargamos - o espelho é meu, o sorriso é meu, o salto alto é meu e, aleluia, tenho consciência disso.

parênteses)

e agora um colchetes um tanto cheio de alfinetes: [falhas não são sinônimo de comodidade. e atitude é bem diferente da cognata attitude. sou fã de iniciativa. aliás, é apenas isso que a vida exige de nós. apenas isso.]

voltando: sejamos justos, as imagens são o próprio homem, pois é nelas que verdadeiramente está nossa subjetividade. E tudo, eventualmente, começa e termina por elas.

Nelas o extra-imagético grita seus significados. Nelas encontramos o conforto e a decepção. A raiva e a alegria. A razão do começo e a razão do fim.

Falo de tudo. Entrelinhas existem sempre. Justamente por palavras dependerem de imagens e, dependendo delas, ultrapassarem sua limitação, se multiplicarem.

E eis que aí se encontra a sublimação entre palavras e imagens: eis sua redenção: só o homem tem o poder de transformar palavras em imagens: quando entende que palavras devem ser entendidas como palavras, e imagens como imagens. E isso se dá em um plano abstrato e interno.

Um brinde: a imagens construídas que permanecem fortes, e a imagens construídas que foram devidamente desconstruídas.

Afinal, sabedoria me ensinou que não só não podemos, mas não devemos ser fortes por outros sempre.

Fortaleza é, antes de tudo, uma escolha.

E essa imagem continuarei construindo.
Porque caminho de mãos dadas com a vida.
E verdadeiramente a amo.



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