Friday, January 26, 2007


["children see"]

é um vídeo forte.
e verdadeiro.




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e outro para amenizar o peso do anterior.



Thursday, January 25, 2007


[re-visita]

Ao título deve-se uma explicação [aliás, pensando bem, acho que essa é uma verdade estável]: parece-me que já vivi e senti tudo o que hoje vivo e sinto. Os sentimentos vêm, se misturam numa gororoba feia, marrom, gosmenta e tudo o que meu cérebro faz é anunciar solene e frio como uma lâmina de metal: você já trilhou esse caminho, já praticou os mesmo erros, e até as mesmas conclusões serão ditas a seu respeito.

E isso dói.
Dentro de mim e em um idioma não perceptível aos outros, mas dói.

E há tanto o que eu quero falar, mas acho que só nesse ponto sou jornalista: sou, na verdade, uma auto-censurada.

No entanto, eu sou grande entusiasta da vida: se tudo isso já me veio antes, eu também sei que sobrevivo.
Não saio inteira [nunca saio, até porque não saio a mesma], mas sobrevivo.

Uma vez [para falar a verdade, a ouvi várias vezes, em vários momentos, dita por várias pessoas] ouvi a frase: ninguém é insubstituível.

Discordo plena, expressa e fortemente dessa frase.

Aliás, acredito e sinto exatamente o oposto: todos [e cada um] são insubstituíveis.

E sofro terrivelmente com cada perda que a vida me traz.

E aqui não falo de uma perda específica.
Ou não falo também de uma verdade universal que caiba a todos.
Generalizo uma temática.

Lembro-me de uma anedota para lá de verdadeira que ouvi ou li em algum lugar:

Meu filho, se lhe chamarem de cavalo uma vez, dê-lhe um soco na cara.
Se lhe chamarem de cavalo uma segunda vez, xingue-o de algum outro nome.
Se lhe chamarem de cavalo pela terceira vez, comece a relinchar.


Simplesmente há vezes em que o mal, o defeito está em nós mesmos.
E são precisos fatos repetidos e constantes para que vejamos isso.

Eu decidi que não quero só entender.
Aliás, desisto de entender.

E passei muito tempo da minha vida com um desejo apenas [porque os outros desejos eu tinha -- e tenho -- a certeza dentro de mim que com minha luta eu mesma conseguiria]:
ser entendida.

Mas, como veio na frase que uma amiga querida mandou:

"Nasci careca, pelado e sem dente ... o que vier é lucro"

E eu até que consigo tirar lucro da vida.





Saturday, January 06, 2007


[sobre a arte de recomeçar]


Este não se pretende ser um texto de auto-ajuda. Mas pode ser que acabe por se tornar um quando eu o terminar de escrever. Porque, queridos, no fim, somos nós quem nos ajudamos mesmo. Ajuda alguma que a vida nos dá, pode ser recebida sem que seja por nós permitida. Assim, toda ajuda termina por ser uma auto-ajuda.

E nós, nós somos artistas mestres. Somos criadores de obras-primas atemporais. Somos fazedores do tempo.

A cada novo passo, a cada nova escolha, a cada perda [pois são elas as maiores responsáveis pelas transformações que acontecem em nós], a cada aprendizado, a cada sonho realizado, nós, artistas, inventamos a arte de nos criar novamente.

Não falo aqui da metamorfose do fantástico Raul. Não acho que somos seres metamórficos. Embora sejamos ambulantes: peregrinos da estrada que aceitamos trilhar.

A metamorfose é instintiva, não é sentida ou pensada. A metamorfose se opera em nós, e não nós nela. É seguir pulando com cada nova multidão que aparecer.

Já o recomeço, o recomeço é uma atitude. É sentido, muitas vezes nos custa, é sofrido, pensado, refletido, requer garra, escolha, perseverança.

Somos nós que operamos, que entramos em ação, na hora em que decidimos recomeçar.

E, sim, somos vários ao longo da vida. Somos o vento a carregar as várias e diferentes partículas dos locais por onde passa, a levar em si um pouco de tudo o que tocou.

Somos o vento que ora é dança, ora é briga, ora é desastre, ora é brisa, ora é frio, ora é leveza, ora é horror. Somos o vento que muda de acordo com o tempo que vive.

E, quase que sem escolha, se nossa escolha é interagir com a vida, seguimos recomeçando.

E não recomeçamos porque o presente é ruim. Recomeçamos porque sentimos a necessidade de fazê-lo.

Podemos passar anos a fio na mesma situação que nos comprime, magoa, castra, entristece, cala, sufoca e não nos permitirmos recomeçar. Porque somos seres bonitos: às vezes achamos que só merecemos aquilo, que só aquela realidade nos é permitida. Ou porque estamos assustados: até que ponto é bom o desconhecido?

Recomeçar significa abandonar quem se era e vestir-se de um novo eu.

Significa lutar por novos sonhos [é impossível ao que não tem sonhos recomeçar].

Mas aos que conseguem ou se permitem interagir com a vida, chega um dia em que falamos para dentro: basta.

E ao sentir isso, já recomeçamos.

E ao que se permite recomeçar, vai um aviso: sempre serão necessários novos recomeços.

Não recomeçamos porque perdemos, recomeçamos porque crescemos. Porque a linha de chegada está agora em outro lugar.

Recomeçamos porque somos artistas: e artistas têm sempre que criar novas obras.

Recomeçamos porque, para estar ao lado de quem amamos, precisamos sempre nos adaptar uns aos outros: afinal, todos recomeçam de novo e de novo e ninguém recomeça sem estar de mãos dadas com os sonhos que lhe enfeitam o travesseiro.

Recomeçar é colocar a caneta na mão e iniciar a escrever uma nova história.

Recomeçar é perceber que a única coisa que a última história ainda precisa, é do ponto final.



imagem retirada daqui
e a do post anterior, cujo crédito eu esqueci de colocar, é de autoria do meu querido mestre, o cartunista argentino Quino, criador da Mafalda

Thursday, January 04, 2007


[lá lá lá lá lá lá lá]





"Why worry, there should be laughter after pain
There should be sunshine after rain
These things have always been the same
So why worry now
"