Na verdade a beleza é um sorriso.
Você vê o que lhe é belo e pronto: você simplesmente sorri.
Mas o que é um texto bonito?
As imagens que vamos formando, imaginando, à medida que lemos o texto?
O sentimento que o texto desperta em nós?
Acho que todas as anteriores. A depender do momento, do texto ou do espírito.
O que sei é que precisamos de um texto bonito. Precisamos alimentar o que há de belo. Precisamos estimular o que sentimos que é bom, o que nos faz sonhar, o que nos faz ver tudo um pouco mais colorido.
Um texto bonito nos traz leveza, nos faz terminar a leitura com um sussurrante “é verdade...!”.
Quase como uma confissão a si mesmo. Quase como a mensagem de anjo que nos foi enviada para que ainda acreditássemos em algo.
E não somos nós que encontramos um texto bonito.
É ele que nos acha.
Chega às nossas mãos ou vem à nossa mente no momento da precisão.
E a verdade é que necessitamos do texto bonito.
Que traga à tona boas lembranças, que abrace nossos sonhos, que endosse nossas esperanças.
No entanto, creio eu, não é o autor quem faz o texto bonito. Ou se o faz, faz para si – porque é, também, leitor.
E é o leitor quem faz o texto bonito. É o leitor quem vê o que de belo há ali. É o leitor quem confessa para si: “é exatamente isso que eu sinto. Que eu precisava ouvir. Perfeito isso!”.
Perfeito sim. Porque na verdade só nós somos capazes de reconhecer as peças que nos faltam.
E um texto bonito é isso. Um pedacinho seu que estava perdido por aí e que você, de repente, achou.
- Para o meu amigo Bal.