Wednesday, May 02, 2007

[definições]

São esses anseios que ecoam de dentro de nós. Vozes que nos gritam no ouvido, que nos sussurram sobre medos, sobre desejos, sobre incertezas. Passado e presente misturados numa corrente contínua e fluida. Olhares que só nós vemos, vozes que só nós escutamos, desfechos que escolhemos sem escolher realmente.

E falamos falando o que não conseguimos falar. E tudo parece tão imenso e tão enrolado e tão cansativo e tão, tão maior que nós.

E as horas nos chegam, sem discrição alguma, esbarroam sua entrada em nosso tempo, rodam tontas no relógio, assoviam salientes do alto das manhãs, riem nocivamente no fechar das noites de derrota. No palco, nós, vencidos pelas superações que não conseguimos alcançar.

Esses pobres homens, também. O que o tempo quer de nós? Quererá nos moldar em seres superiores? Desejará cochichar-nos sabedorias? Anseia talvez nos contar segredos de felicidade e paz?

Ora, ora.

Será esse o plano do tempo?

Desejará ser a água da sede*, o preencher do vazio, o sentido da confusão?

Terá talvez a pretensão de se fazer professor e mestre? De se vestir de luz? Quererá o tempo nos mostrar os por quês? Pensa talvez o tempo que é capaz de nos transformar?

Mas, ora, ora.

Quem o tempo pensa que é?

Esperança, por acaso?


* essa frase não é minha: foi-me dita hoje pela manhã por Flaubênia, colega do mestrado, em um contexto diferente.

1 comment:

Anonymous said...

Lana,te digo uma coisa:Tomara que sim viu,tomara que o tempo seja tudo isso aí e traga e ensine isso tudo.E que na hora a gente aprenda.