Wednesday, July 18, 2007

[meu não passivo ser]

FYI: O título desde post não se remete a situações em que eu mereceria dar respostas ou me defender – pois o frustrante fato cotidiano é que eu nunca sei responder à altura no momento em que a resposta à altura se faz necessária - sou daquelas pessoas que dois dias depois concluem: eu deveria ter dito isso!

No entanto, uma coisa é certa: o conselho não-participativo e não-envolvente e um tanto quanto “could care less” de “só responda o que lhe perguntarem” não cabe lá tanto na minha personalidade.

Eu tenho a compulsão de falar, de dar minha opinião, de levantar a mão em sala de aula, de me meter no bedelho alheio, de comprar briga que não é minha.

Mania cara, esta.

Principalmente vindo de uma compulsiva-obsessiva em se auto culpar e em se martelar por dias e meses a fio por palavras ditas ou não.

O fato é que sou [deveria dizer estou ] tradutora.

Não é algo que eu desgoste completamente – já que tem me dado um senso de velocidade e concentração [ believe me: people do not respect the silence] que tenho certeza me será útil no futuro – mas também não é algo que eu tenha grande prazer em fazer. E se não fosse o necessário dinheirinho e a proibição empregatícia que uma bolsa acadêmica me impõe, eu já não estaria me prestando a tal papel.

E isso acontece por vários motivos.

Mas o principal deles devo dizer: a profissão de tradutora é infeliz.

Além de ter que achar maneiras de interpretar o que o autor quis dizer quando disse o que disse, são incontáveis as vezes em que você tem o dever de traduzir algo com o que você não concorda, ou pior, exaspera.

É um aprender-a-deixar-pra-lá que verdadeiramente me incomoda.

Até porque esse é um dos defeitos do mundo: todos esquecem tudo rápido demais. A neutralidade é convenientemente super-valorizada.

E a impessoalidade de tudo me dá nos nervos.

Como diz a personagem de Meg Ryan em “Mensagem para Você”: Qual o problema com ser pessoal? Se qualquer coisa, as coisas deveriam ser mais pessoais.

Mas somos todos profissionais neste mundo globalizado ocidental.

Agora eu pergunto: se tradutores não colhem os louros de traduzir as palavras que o autor criou, podem eles receberem o infortúnio de passar adiante o que não é bom?

O que sei é que a romântica em mim odeia admitir, mas existem pelo menos 10 dores-de-cabeça minhas que poderiam ser resolvidas com um bilhete de loteria premiado.

Até lá, é aceitar o papel de adulta no mundo dos horários comerciais e agüentar o que me faz pagar as contas no fim de cada mês.

1 comment:

Let's said...

eu tb penso depois o que poderia ter dito... mas isso é uma questão de costume... eu treino com os meus amigos.. a gente fala toda besteria que vier a cacbeça, da´da próxima vc vai falar e nem vai sentir que saiu da tua boca.... mas, tb pode ser perigoso, hahahahahaha....
bjuuuusss!!!