Às vezes as pessoas vêm lhe falar entre cochichos e assobios sobre mudanças, sobre as efemeridades da vida e sobre como tudo o que lhe acontece é realmente para o seu bem, para o seu aprendizado: experiências que lhe acontecem porque, basicamente, têm de lhe acontecer: pois pressupõem a transformação de quem você um dia foi em quem você hoje é, ou no futuro será.
Eu sei porque eu sou uma das que vive dizendo isso.
É nisso que acredito e é assim que justifico muitas, senão todas, das coisas que me acontecem.
O hoje se entrelaça ao amanhã em uma mesma malha temporal – em um significado contínuo que não apenas lhe significa, mas à sua existência.
E tudo o que lhe parece fragmentado e sem sentido e talvez até doído em demasiado na verdade realmente o é: mas o que falta se dizer é que cada fragmento é parte de um todo: e todo momento de dor constitui um sorriso futuro: mesmo que esse sorriso seja a cura dessa dor.
É como um calo que se forma no pé: ele lhe aparece latejante, incômodo, incansável em sua tarefa de lhe machucar. E lhe é impossível esquecer-se dele. Ele está ali: em carne viva, presente.
E não há band-aid que consiga isolar aquela dor de você.
E você segue convivendo com aquela dor da melhor forma que pode. Caminhando, mesmo que cada passo lhe machuque e lhe seja doído.
Até que um dia, sem que você sequer perceba, sem que você racionalize, sem que você até se lembre de procurar a caixa de band-aids, você calça seus sapatos apressada, e já bem longe no caminho percebe: o calo não lhe dói mais.
Porque assim é a dor: ela anuncia os gritos sua chegada, mas não lhe comunica sua saída.
Mas perceber que ela foi-se é talvez um dos atos humanos que mais englobem em si, o tempo.
O tempo que vem com a missão de nos fazer mais sábios, melhores companheiros de nós mesmos. O tempo que se intitula professor de qualquer um que se aceite como seu aluno.
Saber que passado, presente e futuro são constituídos da mesma massa temporal, é assumir-se ser contínuo, é entender que transformar-se é o primeiro e o último ato humano.
Em duas palavras eu posso resumir tudo que aprendi sobre a vida: ela continua.
ROBERT LEE FROST
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* texto em homenagem à amiga do amigo.
Nova paixão idiomática minha
4 comments:
Lana,
Robert Lee Frost knew shit. É isso que eu digo pra mim, tb, "não é assim que eu morro"
E o futuro, ta numa música, sabe qual é ela? E aqula que é assim "e aí, você partiu pro Canadá..." Mas eu não vou ficar no já vô já, eu vou é mermo!
a gente há de convir que o vestido da julieta está a minha cara!
Beijos!
Lana,não vai machucar e eu até agradeço,deu certo os cd's?
Jana,eu te acho demaaaaaaaaaaaais e muuuuuuuito inteligente,adoraria te conhecer.Obrigado pelo elogio.Sempre vejo teu blog e vou deixar depois um comentário lá.É muito bom lá.
Lana tá na hora de entrar com a tesoura e cortar os lá's que eu coloquei no post passado.
Lana não corta os Lá's, corta esse pop up de propaganda que sempre abre qdo entro aqui!
beijos!
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