Sunday, September 25, 2005


Miinha Carta

No som: Los Hermanos. Poesia concreta flutuante. Harmonia plena.

É que acordei cedo. Domingão longo, eu queria. Dia de gula, de andar descalça, de bater fotos bobas, de assistir de novo aquele filme. De ter aquela saudade. Cresci tão rápido. Logo eu que nunca quis crescer. Na tela, vejo desenhos. Será mesmo que todo técnico é um jogador frustrado? As palavras jogam pingue-pongue no cérebro mas têm fugido do papel. Normal. E não queria assim. No jogo de baralho nunca fui boa. Não sei o que são espadas, ouros... mas sempre gostei do coringa. Com seu chapéu de guisos sempre no ar. Com sua cara irônica rindo de todos os destinos e sortes.

O engraçado de acumular papéis é redescobrir fases. Eu encontrei uma carta antiga por esses dias. Endereçada a Deus. Pois é, olha só. De médico e louco todo mundo tem um pouco, não é? Eu, particularmente, escolho a louca à médica em mim. Mas era uma carta bonita. Coisa de quem prefere escrever a falar. E a carta me dizia hoje, do ontem. Do que me preocupava então. Faz tempo, já. Nada do que estava lá hoje me preocupa.

O bom disso é que, teoricamente, o que hoje me preocupa vai também estar numa carta que vou achar quando nada mais disso fizer sentido.


1 comment:

Luiza Holanda said...

Odeio o conceito de fases. Me irrita. É como se nos faltasse controle sempre, pois quando estamos finalmente nos conhecendo, as escolhas nos mudam e puft!, quem sou eu?

Bom, percebeu, não é? Eu estou sempre viajando... hehehe.
Culpa do teu post! Maravilhoso, viu?

Beijo.

Lu.